quarta-feira, julho 20, 2005

Campos e Cunha it´s not dead - epílogo

É o primeiro grande exclusivo dos "Pássaros". Antecipamos ali em baixo, no domingo passado, o nome de Fernando Teixeira dos Santos como sucessor de Luís Campos e Cunha como ministro das Finanças.

Como sou optimista, não acreditei numa ruptura a curtissímo prazo. Afinal, bastaram três dias para Campos e Cunha perder a paciência e pedir a demissão. Alega razões pessoais, familiares e cansaço. Esta última é a que deve ser realçada, visto que as restantes são apenas oficiosas.

Certamente que as declarações do ministro das Obras Públicas, Mário Lino, sobre a "inadiabilidade" da OTA e do TGV não serão estranhas à decisão do professor da Universidade Nova. Lino desmentiu e afrontou em público um superior hierárquico. Não nos esqueçamos que Campos e Cunha era ministro de Estado e das Finanças, sendo o número 4 do Executivo. O ministro das Obras Públicas costuma sentar-se nos extremos da bancada do Governo no Parlamento. É um subordinado.

Em política os formalismos e os simbolismos são fundamentais. É através deles que a autoridade política se constrói.

José Sócrates não só não defendeu o seu ministro das Finanças, como ignorou-o olimpicamente. Preferiu elogiar Freitas do Amaral e a entrevista do ministro dos Negócios Estrangeiros ao "Diário de Notícias".

É uma opção. Legítima. Mas que lhe sairá caro. A competência técnica de Campos e Cunha, apreciada em Bruxelas, é quase inatingível.

Campos e Cunha fez bem em sair. Não podia deixar que a sua autoridade fosse posta em causa por subordinados. Mas o professor da Nova não deixará de dar o troco a José Sócrates durante o resto do mandato do Governo. Preparem-se para mais artigos de opinião que condicionarão a actividade do seu sucessor.

A vingança será servida fria.

1 comentário:

David Dinis disse...

Corria bem, esse post, dr. Mas não posso concordar com esta demissão. Saber porquê no oinsubmisso.blogspot.com

P.S. Belo exclusivo, esse do novo ministro, sim senhor. Vivas ao Milhafre

D.D.