quinta-feira, janeiro 31, 2013

Portugal e a responsabilidade

Todos os dias é possível ver gente a 'tirar a água do capote'.
Todos os dias vemos exemplos de gente responsável afirmando não ser responsável.
Todos os dias se fala em crise sobre o volume assustador de asneiras produzidas por presumíveis responsáveis que depois já não são, algumas destas de forma ingénua ,o que nao é o caso da maior parte. E isso é humilhante.
Ninguém tem a coragem de dizer: ERRÁMOS.  Uns mais que outros, mas errámos, e também fomos cúmplices. E não falo da população, na generalidade, porque essa terá -talvez- quase 3% de culpa de existir.
A quem pertencerá a responsabilidade dos outros 87%?
E porquê o medo de assumir o passado, o século XX na sua totalidade, e contabilizar o que foi bem e mal feito no interesse daqueles portugueses que pagaram com trabalho e dinheiro os seus impostos e pensaram ver definidos os seus contratos com um Estado que os deve proteger tanto interna como externamente?
O Estado é essencial. Mas o Estado somos todos nós. E todos nós temos obrigações para com todos nós!
É tempo de nos apaziguarmos, de assumirmos as nossas responsabilidades e - finalmente - e no âmbito de um essencial plano de reconstrução, sim de reconstrução, virmos a poder lidar com a realidade mundial actual, tal qual esta é. E a realidade hoje tem um título: COMPLEXA.

Mais dia menos dia, senão hoje mesmo, poderemos ter que  enfrentar algo como 'o que tem falhado na construção de um mundo mais justo e mais aprazível' após tantas expectativas geradas pelas realizações sociais, políticas e económicas do que, até há bem pouco, se designava por Humanidade.

Bacalhau, interesses e ignorância

É essencial atender ao problema de todo um micro comércio que desde há centenas de anos prolifera nas áreas piscatórias de Gloucester.
A votação de 77%, favorecendo um corte nos limites para a pesca do bacalhau - esse fenómeno da cozinha lusitana - chega, segundo os especialistas que já vinham alertando para as alterações no número relativo à espécie, tarde, muito tarde.
Os enormes interesses que se encontram protegidos nestas coisas relativas à chamada indústria da
pesca e não só nos USA, naturalmente, porque o seu carácter é hoje global, reagem tarde e a más horas quando teria sido possível atenuar os efeitos das varias ameaças que proliferam à volta do Globo, talvez, em bom tempo. Hoje, e segundo a admissão do erro por parte de responsáveis, afinal, se não pararmos de pescar agora o bacalhau extingue-se.

No final da discussão surge um apontamento que não é menor: para além da utilização de frotas com técnicas predadoras, no seu uso sistemático, sugerindo um combate mortal entre estados, através dos corsários 'da pesca', também as alterações climáticas se vão definindo como um factor que ameaça diariamente e à vista de todos os fluxos migratórios a estabilidade das espécies, entre as quais se encontra o 'fiel amigo'.

Quando as osgas sobem pelas paredes de Lisboa em pleno Janeiro, algo de muito perigoso pode estar a acontecer.

Mais um problema de muitos que nos vão surgindo, embora encapotado pelos interesses comerciais da comunicação jornalística publica e privada, que prefere falar de inutilidades e guerras de comadres, o que sendo um contra-senso, acaba por fazer todo o sentido; afinal quem quer olhar e comprar problemas que, embora pertença de todos nós, parecem - por enquanto - não se manifestar nas bancas dos supermercados que lá vão apresentando as postas do alimento.
Mesmo que já não haja dinheiro para o adquirir!